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Aurora

Promete Mysha!


Promete que não vai crescer distante
Promete que vai ser pra sempre assim
Promete esse sorriso radiante
Todas as vezes que você pensar em mim

Promete cuidar bem dos seus cachinhos
E sempre me abraçar quando eu chegar
Promete sorrir sempre com os olhinhos

E cantar cantigas na sala de estar

Que eu prometo ser pra sempre o seu
Porto seguro
Eu prometo dar-te eternamente o meu amor

Promete aproveitar cada segundo
Desse tempo que já passa tão veloz
Me lembro quando você chegou nesse mundo
Sorrindo aos poucos quando ouvia a minha voz

E hoje corre pela sala
Brinca de existir
Giz de cera, pega-pega
Eu só sei sorrir
Ao imaginar você crescer

Para um pouco com a bagunça
Deixa eu te olhar
Que o tempo voa e olha só
Você sabe falar
E diz tudo que eu preciso escutar

Laialaiá

Promete ser pra sempre o meu menino
Me deixar cantar pra te fazer dormir
Que eu prometo que vou te cuidar pra sempre
Eu te amo infinito
Meu guri.

Composição: Ana Vilela




The sweet grandpa

Eu não sei direito como tudo isso começou. Pudera também, eu não tinha mais de 5 anos quando me veio o primeiro vislumbre de uma tragédia que talvez acabasse com tudo. Tragédia para nós porque seria um ganho e tanto às novas criaturas que dali por diante iriam cercá-lo. 

Aquela casa, preciso confessar, sempre me intrigou um pouco. Eu lembro do céu e sua cor inexistente, lembro do branco amarelado que assumiu naquele dia em que eu estava sentada em uma escada de pedra, vendo a rua movimentar-se lá embaixo. Estava tudo muito calmo, claro e silencioso. De alguma forma eu gostava daquilo. Eu gostava muito daquilo. 

Lembro-me que o vi chegar com aquele sorriso deslumbrante que só ele conseguia ter. Ele abriu o portão de ferro lá embaixo para adentrar o quintal de sua casa e eu me alegrava de vê-lo chegar, ainda mais do jeito que estava ali. Seu corpo estava mais forte, ele parecia muito mais saudável do que das outras vezes que eu o vira e vestia um terno cor-de-vinho incrivelmente bonito, lhe caía muito bem. Ao ver aquela imagem à minha frente, dirigindo-se a mim foi que eu comecei a pensar… Ora, mas por que ele estava vestido daquela forma? Não era normal, todas as vezes que eu passava algum tempo naquela casa eu o via vestindo roupas simples e confortáveis que sempre foi o que mais combinou com ele. 

Uma atmosfera caseira e extremamente aconchegante. Eu notei cada detalhe de seu terno, da bengala em sua mão e da cartola cobrindo sua cabeça calva. Ele parecia um daqueles senhores de filmes antigos, perfeitamente arrumado e adereçado. Isso com certeza não era normal apesar de eu ter apreciado bastante tal mudança. 

Foi então que eu entendi. Seus pés calçados naqueles sapatos engraxados e brilhantes vieram em minha direção lentamente, subindo a escada de pedra sem fazer barulho algum. Mirei cuidadosamente o rosto enrugado e doce daquele homem sorrindo pra mim e uma dor inexplicável tomou conta do meu peito, comecei a me sentir mal, um aperto imenso se formou dentro de mim. Eu queria sorrir também mas não conseguia. 

Queria retribuir aqueles olhos tão cálidos mas os meus só refletiam pânico, eu sentia que seria abandonada. Foi assim que da mesma forma silenciosa na qual apareceu, ele sumiu. O céu branco amarelado daquele dia calmo foi ficando cada vez mais brilhante e me cegou, até que eu vi meu avô sumir no meio da escada de pedra, em seus passos até mim. Quando tudo escureceu, eu já tinha me dado conta de que ele não estava mais comigo. E pensei na alegria que Papai do céu devia estar sentindo naquele momento, por ter aquele homem tão precioso ao seu lado agora.

Mysha Pepper (Retirado de seu blog com permissão)
http://www.tumblr.com/tumblelog/christwillremindus

Teu olhar!


Às vezes esbarro com tua Bíblia gasta ainda guardada na gaveta,
Ou com aquele velho guarda-chuva que guardavas com capricho,
Ou mesmo com teus sapatos empoeirados no armário,
Ou com tua roupa arrumada no guarda-roupas,
Ou com a cadeira que costumavas usar,
A tua presença é invisível, mas perceptível, por toda casa.
Muitas vezes a tua ausência se faz presente,
Ultimamente, se faz mais presente do que de costume.
Quando um instante de calmaria se instala,
E o silêncio domina o ambiente e a mente para,
A tua ausência é tangível, tocável, palpável,
Então procuro algo que me traga você de volta,
Só então é que me dou conta de que,
É  o teu olhar que me faz mais falta!
Só então é que me dou conta disso.
Não são os objetos, nem mesmo tua roupa.
Não são tuas mãos afáveis que me lembram mais você,
Nem teu sorriso de criança que recordo mais,
Nem teu jeito simples e encantador,
Nem teu abraço cálido e suave,
Nem teu beijo protetor e marcante,
Nem a tua voz peculiar e meiga.
Mas sim teu olhar, teu simples olhar.
Foi por meio dos teus olhos que eu aprendi a te conhecer,
Por meio deles que eu te descobri,
Sabia o que tua alma queria dizer,
Sabia se estavas triste ou alegre,
Sabia se estavas ou não suscetível ao cansaço,
Sabia até mesmo o que te preocupava,
Não havia em você nada mais transparente.
Por meio dos teus olhos eu te lia,
Como faria com qualquer livro,
Eras o que os teus olhos mostravam,
E o que teus olhos mostravam, era de fato você.
Não havia incoerência, não havia distorção.
São teus olhos azuis, quais diamantes,
Que me fazem mais falta hoje.
Teus lindos olhos azuis meu pai!
Saudades deles, saudade de você,
Ainda lembro deles na última vez que te vi,
Quando beijei tua testa febril e disse: - Te amo!
Sei que um dia, quando tudo acabar,
Terei o teu abraço cálido e suave,
Quando voltar para a casa eterna.
Mas antes de qualquer palavra que possa ser dita,
Quero olhar em teus olhos, olhar mais uma vez.
Depois eu sei que nada mais precisa ser dito,
Aí poderemos nos sentar na beira desse lago de prata,
Pegar anzóis e fingir que estamos pescando,
E deixar o tempo passar lentamente,
E o tempo jamais será um problema para nós.
Até breve vaqueiro, até breve herói!

Tua canção meu pai!!!

 
Esta não foi escrita para você, mas o que ela retrata é a tua vida, a tua partida, a tua última viagem, viagem sem volta. Hoje eu a escuto para lembrar de tua força, tua coragem, e sobretudo de teu caráter. Até breve vaqueiro, meu herói!

Pai

Pai!

Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz

Pai! Paz!...

Composição: Fábio Jr.

[Este é um canto que desde pequeno me fazia sentir um aperto no peito, hoje que eu não tenho mais a tua companhia, torna o aperto insuportável, dói a saudade, dói tua falta, dói a ausência de teu sorriso. Até breve pai, até breve profeta, até breve herói. Hoje completarias 71 anos, este é para que os 05 longos anos de tua partida se encurtem.]

Pai e Filha

Este vídeo (Pai e filha) ganhou o Oscar de Melhor Curta-Metragem em 2002, dirigido pelo holandês Michael Dudok de Wit (nascido em 1953, Abcoude, Países Baixos) é um animador, diretor e ilustrador.

É a história de todos nós, algumas vezes somos o pai, nas outras vezes somos a filha. O que vale mesmo é viver o papel que nos é dado com verdadeiro sacerdócio, para que arrependimentos não nos surpreendam no fim da nossa jornada na Terra e no inicio de nossa Grande Viagem.

Usando o movimento, o vai e vem das bicicletas ano após ano, descreve a ânsia de uma menina que vira seu pai perder-se no mar, sendo por muitos interpretado como uma metáfora, onde a despedida do pai não representa senão a sua morte. O reencontro dos dois deixa subentendida a morte da filha e a vida além disso. Com música de Normand Roger em colaboração com Denis Chartrand, e usando o tema "The Danube Waves" de Iosif Ivanivic, produzido pela CineTé Filmproductie bv e Cloudrunner Ltd, faz parte da Animation Show of the Shows.