Advertência:
Se você não for Borderline, não for mãe de um Borderline ou não
for uma mãe que esteja em busca de saber como não tornar seu filho
um Borderline, abandone este post,
vá
ler
algo
mais
alegre,
sugiro
que
vá
ler
uma
Marie
Claire
ou
mesmo
assistir
novelas,
este
artigo
não
foi
escrito
para
você,
você
não
o
entenderá
e
ele
não
lhe
trará
proveito
algum,
conselho
sério:
Caia
fora!
Sei que
você nunca vai ler estas cartas, pois eu nunca vou te dizer que as
escrevi, as postarei sem alarde, apenas por questão de honestidade
comigo mesmo, não quero mais calar a dor que me consome e me corrói,
e se forem lidas por outros Borderlines terei atingido meu objetivo,
talvez para eles ainda haja tempo de redenção, para mim, sei que
não há mais condição alguma, não há mais chance. Não estou
escrevendo para que leia, estou escrevendo como forma de me
restaurar, estou tentando esquecer tudo o que aconteceu, estou
querendo encontrar em meu coração e em minha alma um lugar de
perdão, pois do contrário eu morrerei com estas mágoas abrigadas
em minha mente e que só me fazem mal, mais mal do que tudo o que
sofri e que me tornaram o que sou. Se você as lesse, sei que tomaria
a postura de vítima e me “puniria” da pior forma possível, o
que só faria que eu me sentisse culpado e o ciclo recomeçasse, mas
eu estou disposto a romper esta roda de miséria, quero dar um basta,
por isso não quero que leia, não preciso que leia, não vou deixar
que leia.
Não sei
por onde começar, se pelo os últimos acontecimentos, ou se pelos
mais remotos que me lembro, alguns dos quais me fizeram ser o que
sou: um afetado pelo Transtorno de Personalidade Borderline. Acho que
não vou me preocupar com a ordem cronológica dos acontecimentos,
mas sim pela densidade com que fui afetado, talvez assim, eu mesmo
consiga me dar conta de fato da gravidade do que ocorreu, para que
desta forma eu descubra como perdoar.
Tenho
orado e pedido a Deus que me ensine e me ajude a perdoar, pois eu
mesmo não tenho condições sozinho, e como o teu temperamento
soberbo só aumenta a minha ira e indignação, pois você é incapaz
de reconhecer seus erros, vou ter que me esforçar mais ainda para
conceder perdão a quem não quer receber ou não acha que precisa.
Sábado
(22) eu te falei que não se preocupasse com amenidades, quando você
chorou por conta de um vazamento no banheiro, eu te disse que se
preocupasse com a saúde e com a vida espiritual que eram coisas mais
importantes, lembra o que você me disse? Acho que lembra sim! Você
disse:
- Eu não
preciso me preocupar com minha vida espiritual, ela vai muito bem!
Não tenho problemas nesta área.
Gostaria
que a minha vida fosse como a tua, se caso isso que você me disse
seja real, talvez nem tenhas mentido, apenas não tens consciência
exata do que disseste, mas confesso que soou como soberba, e eu me
recolhi para não discutir e nem te contradizer, pois já descobri
que tens a convicção arraigada de que você não tem o que
aprender, seja em qualquer área, você sempre tem razão, sempre tem
opinião formada, ainda que não tenha base alguma, ainda assim
mantém o que pensa, sem se importar com os argumentos que
contradigam os teus.
Nos
últimos cinco anos, cada vez que recebi alguma ligação tua, pedia
a Deus misericórdia, pois eu sabia que, de uma forma, ou de outra,
eu ficaria, após a ligação, me sentindo mal, pois infelizmente
tens este poder sobre mim, de fazer com que eu me sinta destroçado
por uma simples conversa de 05 (cinco) míseros minutos. E isso faz
com que a minha culpa, por não tolerar tuas idiossincrasias, aumente
cada vez mais.
Quando
tive que vir morar contigo há três ou quatro meses atrás, eu sabia
que teria uma enorme dificuldade, mas não achei que fosse tanto,
imaginei que por viver só há 07 (sete) anos, você iria desfrutar
um pouco de minha companhia e com isso talvez criássemos até um
vínculo de amizade, já que estávamos tão afastados nestes últimos
cinco anos, por opção mútua, mas eu estava errado. A minha
companhia não te fez bem, não te faz bem, e só ainda continuo
morando contigo por necessidade, e no dia em que esta necessidade não
existir mais, vou embora, sem arrependimentos, pois eu sei que
tentei, eu sei que me esforcei, mas tua postura de deusa do Olimpo,
que quer todos aos seus pés em constante veneração não te
permitiu dar um passo sequer em minha direção.
No dia em
que te disse que era um Borderline, você por acaso procurou entender
o que eu disse? Quando você me viu com diversas caixas de remédio
na mão, você acreditou de fato que minha doença era grave? Aceitou
isto como um fato ou me fez lembrar de que você tem ou tinha também
diversas doenças? Lembro que você me disse que não colocasse na
cabeça tudo o que lia na internet não, pois quase tudo o que estava
neste ambiente era mentira e que eu não deveria dar crédito.
Lembra da
vez em que te disse que eu tinha vontade de tomar todos os teus
remédios? Lembra o que você disse? Você começou a chorar, como
sempre fazes quando queres chantagear alguém, e me disse que eu
tivesse pena de você, pois você estava sozinha comigo e não podia
me socorrer ou me ajudar. Por acaso você perguntou por que causa eu
queria morrer? Procurou saber que angústia era essa? Não, você,
infelizmente, só se preocupa com você mesma, com mais ninguém.
Você se trancou no quarto, escondeu teus remédios e foi assistir
televisão, eu fiquei só na sala, diante de um computador,
escrevendo para todo mundo, ou mesmo para ninguém, tentando me
manter são.
A
sensação que tenho é que não represento nada para você, quando
passas do banheiro em direção ao teu quarto e trancas a porta com
chave e liga a TV para assistir novelas, sem ao menos um “Boa
noite!”, eu percebo o quanto ainda sou insignificante para você.
Quando você sai do seu quarto e estabelece alguma conexão comigo ou
algum diálogo, sempre é para efetuar uma consulta ou para pedir
algum favor, como destravar teu celular ou coisa parecida.
O teu
costume de colocar a campainha do telefone num volume ensurdecedor,
da rua é possível ouvir o telefone tocando, ou mesmo o teu costume
de ouvir programas de TV numa altura desnecessária, sem que tenhas
nenhum indício de surdez, me faz acreditar que fazes isso para
irritar mesmo, queres provar que a casa é tua, por isso podes fazer
o que bem quiseres.
Não sou
apenas eu que tenho impressões sobre o teu comportamento, acho
apenas que sou o único que tem a hombridade de expor o que penso,
por isso que sou mal compreendido.
Um dia,
anos atrás você me mandou uma carta, expondo o que pensava da vida
que eu estava levando, me expunha todos os meus erros, só lamento
que em nenhuma parte dela tenha assumido a culpa que lhe cabe por
alguns atos meus, quer sejam errados quer não. Lembra da vez que eu
te procurei para falar do que pensava da forma que você tinha me
criado e o que isso tinha causado em mim? Você começou a gritar e a
dizer que não era culpada de nada, eu sim, tinha cometido erros e
estava transferindo para você. Desde esse dia eu não tenho mais
como dialogar com você.
Quero
perdoar, quero ser perdoado, não quero que morra e eu ainda tenha
mágoas de você, e não quero morrer com estas mágoas. Espero que
por este instrumento eu alcance o tipo de perdão que Jesus pregou,
quero fazer isso, preciso fazer isso, vou fazer isso. Não me importa
se reconheça teus erros, ofereço o meu perdão quer queiras, quer
não.
O mais
estranho em tudo isso é que se eu escrever estas cartas de forma
direta, poderei ser visceral ou condescendente, se eu começar e
terminar depois, durante o fluxo da mesma poderei mudar minha
abordagem, e não estarei sendo incoerente e nem tampouco desonesto
ou hipócrita, estarei sendo eu mesmo, estarei sendo apenas
Borderline. Esta anamnese não tem o caráter de julgamento, tem
antes a intenção de dizer o que nunca disse, só assim, só assim
eu curo minha alma e me preparo para morrer em paz, sem mágoas e sem
rancores.
1 comentários:
LI TODA SUA CARTA, E TB SOU BORDERLINE! INFELIZMENTE NÃO TENHO MUITAS PALAVRAS Q POSSA TE AJUDAR, MAS GOSTARIA. TENHO TODAS AS DIFICULDADES Q VC TEM... MAS CLARO, VIVEMOS SITUAÇÕES DIFERENTES COM PESSOAS DIFERENTES. EMBORA MINHA MÃE ENTENDA MEU PROBLEMA E TENHA ME AJUDADO MUITO NISTO, ELA TEM UM GENIO DIFICIL E ISTO ME TIRA DO SÉRIO E PREFIRO FICAR NO MEU QUARTO, PERDIDA NA NET. ESPERAR PELA COMPREENSÃO DE ALGUÉM Q A GENTE AMA E CONVIVE E NÃO SER CORRESPONDIDA É MUITO DIFICIL, EU JÁ VIVI ISTO COM EX MARIDO. EU QUASE FUI A LOUCURA, ELE NÃO QUERIA SABER DO MEU PROBLEMA, EMBORA EU DISSESSE Q EU TINHA ANTES DE NOS CASARMOS, MAS ELE NÃO ACEITAVA MEU PROBLEMA E ACHAVA Q EU ERA FRACA DE MAIS E NÃO TINHA FÉ. ELE ERA FRIO, EGOÍSTA E NUNCA ME SENTI TÃO SÓ E TÃO DESESPERADA EM TODA MINHA VIDA, COMO AO LADO DELE. BOM, SÃO MUITAS EXPERIÊNCIAS Q PASSEI, MAS EU APRENDI Q NÃO PODEMOS ESPERAR COMPREENSÃO DE NINGUÉM, A NÃO DEPENDER DO AMOR DE NINGUÉM, A NÃO SER DO AMOR DE DEUS Q É O ÚNICO Q NOS COMPREENDE. E QUANTO A PERDOAR, EU LIDEI MELHOR COM ESTSA QUESTÃO QUANDO ENTENDI QUE PERDOAR É MANDAMENTO E NÃO SENTIMENTO, APENAS PRECISAMOS DECIDIR PERDOAR, E NÃO SENTIR MENAS DOR PARA PODER FAZE-LO. E EM OBEDIENCIA A ISTO O SENHOR EM FIDELIDADE A SUA PALAVRA COMEÇA EM NÓS UM PROCESSO DE CURA.
POR ENQUANTO É ISTO! DEUS TE ABENÇOE!
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