A mesma estrada poeirenta,
Os mesmos desfiladeiros, frios e molhados,
As mesmas montanhas geladas, com suas encostas íngremes,
As mesmas florestas escuras e úmidas,
As mesmas copas de árvores tão densas, que nem o sol as penetra,
As mesmas cavernas de escuridão quase sólida.
A mesma mochila surrada e pesada,
Os mesmos tênis gastos,
A mesma calça de tantas viagens,
A mesma camisa encardida,
A mesma solidão de sempre,
A mesma alma sofrida e amedrontada,
E a mesma sede de um instante só de não infelicidade,
O mesmo vazio crescente,
Que o acompanha desde o inicio da jornada,
E que o faz continuar sempre em frente,
Na ânsia para encontrar algo que o preencha,
Que afaste a angústia,
Que minimize a tristeza.
Não há nada que mostre que o dia será melhor,
Nuvens plúmbeas já encobrem o céu,
Ainda que tanto faz, se chove ou se estia,
A única coisa que importa na verdade é a caminhada,
Saber que tem que colocar um pé na frente do outro,
O destino final parece longínquo,
Mas sabe que cada metro andado,
Que cada dia de peregrinação,
Serão passos a menos na sua caminhada,
Nesta jornada chamada vida!
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