Um judeu, que viveu no primeiro século da Era Comum, um dia, sentado em roda com alguns amigos e seguidores, pronunciou uma série de ditos que ficaram gravados para toda a eternidade, a relevância e importância de todos é incontestável, são admirados e servem de consolo para milhares de pessoas de todas as religiões e de todos os tempos, porém para o assunto que eu quero abordar aqui eu vou citar apenas um: “Felizes as pessoas que trabalham pela paz, pois Deus as tratará como seus filhos”, estas palavras estão em Mateus 5:9 (Versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) da Sociedade Bíblica do Brasil) e foram pronunciadas por Jesus, o Cristo nas suas famosas Bem-aventuranças. Parece-me que estas palavras não são bem recebidas, ou não são devidamente acolhidas, por aqueles que são da mesma linhagem dele, seja por laços de sangue: o estado de Israel moderno, seja por laços religiosos: os “cristãos” dos EUA. Estes dois grupos já demonstraram na história a sua viés belicista e beligerante, cada um com suas “razões”, cada um com seus motivos, e a última prova cabal, desta afirmativa que faço, é a ameaça que Israel, que conta com o apoio incondicional dos EUA, está fazendo ao Irã.
Os
fatos
Benjamin
Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, fez um pronunciamento
recentemente, no qual diz textualmente que existiriam razões e
motivos de sobra, que dariam todo o direito a Israel e aos EUA, não
sei se devo chamá-los de aliados ou de lacaios de Israel, de
atacarem o Irã, quais são estes motivos? O “provável” programa
de desenvolvimento de armas atômicas daquele país.
Confesso
que senti algo como que um soco no estômago quando li a notícia que
este senil, beligerante e tresloucado governante (sic) estava
ameaçando o Irã. Eu acredito que, pelo pronunciamento que ele fez
isto fica claramente perceptível, o premier israelense, além de
ser um estrategista amador, não conseguiu sequer aprender xadrez,
os seus neurônios acham este jogo tedioso e muito complexo, também
possui um grau de irracionalidade em estágio elevadíssimo. Parece
que ele não consegue enxergar o que o Irã representa para o mundo
islâmico, com seus fortes aliados chineses e russos. Ameaçar a
soberania daquele estado pode ser um tiro que saia pela culatra, e
creio que o que voltaria sobre Israel e os EUA estaria longe de ser
chamado de tiro.
Não
precisamos ser especialistas em ciências políticas e nem em
política internacional para entender que esta ameaça é na verdade
um blefe, que tem a finalidade de pressionar a comunidade
internacional para aplicar sanções, eu diria que na verdade são
retaliações caprichosas de Tel Aviv e Washington, ao estado
islâmico. Porém, como todo blefe, é extremamente perigoso, as
consequências deste ato insano podem afetar não apenas a Israel e
aos EUA (não isentando os seus aliados, principalmente os ingleses
com a sua Olimpíada), mas ao mundo todo. Pode se transformar numa
verdadeira catástrofe de proporções inimagináveis, com um efeito
cascata avassalador. As divergência no meio do islã (sejam sunitas,
xiitas ou talibãs) desaparecem quando o assunto é o “ocidente
americano” com sua sociedade promíscua e os seus aliados judeus
que oprimem os palestinos.
O mote
que Israel está usando para toda esta escaramuça é um relatório
que foi publicado recentemente pela AIEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), no qual diz ter, ipsis
literis: “sérias preocupações
com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã”.
Netanyahu e outras autoridades israelenses distorceram o relatório,
exponenciando as conclusões da agência, obviamente com interesses
próprios e já apontam seus mísseis, alguns com a Estrela de Davi
desenhada por estudantes com menos de 10 anos, em direção à
Pérsia. Mas, nada que seja dito vai colocar por terra a tese de que
não passa tudo de um blefe, um perigoso blefe, o premier isabelense
parece ter aprendido muito bem com os americanos como ser fanfarrão.
Em
matéria de mentira os israelenses aprenderam muito bem com os EUA.
Até hoje esperamos, eu e o mundo todo, pelas “provas cabais” que
o George Bush disse ter que o Iraque produzia armas químicas, além
de um péssimo governante, um louco desvairado, o metodista Bush é
um mentiroso contumaz, o que para a sociedade puritana e hipócrita
americana não é nada, lembremos apenas dos líderes religiosos que
o apoiaram e que defenderam a intervenção no Iraque como obra de
Deus. Só faltaram igualar Bush a Josué ou Gideão, sinto vergonha
quando me lembro de tais disparates.
Mas o
premier não é voz dissonante no governo (sic) de Tel Aviv, o
ministro das Relações Exteriores (parece um contrassenso Israel com
um ministério com esse nome) Avigdor Lieberman, que tem um caráter
muito mais belicista que Netanyahu, endossou as palavras do chefe
dizendo que novas “sanções paralisantes contra o Irã” são
necessárias e urgentes. Como podemos perceber pelos comunicados dos
últimos dias, Lieberman e Netanyahu, que contam com o apoio de boa
parte dos políticos israelenses, e da população, que querem
exterminar a raça palestina, e encontram no Irã a pedra que lhes
aflige o sapato, já que este iria socorrer ou dar abrigo aos irmãos
muçulmanos, estão empenhados em conquistar o apoio, ou seja, o
silêncio e a omissão, do Conselho de Segurança da ONU e da chamada
comunidade internacional para tirarem de seu caminho este obstáculo.
Lieberman ainda esbraveja: “A opção militar é a última possível
e a pior, mas ela tem de continuar sobre a mesa e pronta para ser
colocada em prática”.
Mas acho
que esqueceram alguns detalhes, que não são menos importantes por
isso. Primeiro: A China e a Rússia, que são tradicionais aliados
do Irã, e por isso mesmo, sempre estão contrários às vontades e
caprichos dos israelenses, ao contrário dos EUA que fazem tudo o que
os banqueiros judeus querem, são membros permanentes do Conselho de
Segurança, e certamente, vetarão novas sanções contra Teerã.
Segundo: com o veto no Conselho, o que fará então Israel? Atacará
mesmo o Irã à revelia da vontade da Comunidade Internacional? O
Conselho de Segurança não dará apoio unânime, ainda assim
continuarão com seu plano? Bom, ou Israel de fato ataca o Irã, ou
vai perder a pouca credibilidade que tem no Oriente Médio e no resto
do mundo. Eu ainda elencaria um terceiro motivo: os aliados europeus
e americanos estarão dispostos a embarcarem numa guerra com um
déficit interno elevadíssimo e uma crise financeira batendo às
suas portas?
Ainda que
conte com o apoio dos seus cães de guarda, os EUA, e tenha cofres
abarrotados de dólares, qualquer ataque que Israel lance contra o
Irã seria, sem sombra alguma dúvida, uma missão suicida, uma
missão fadada ao fracasso, ainda que logre aparente sucesso inicial.
O general
Massud Jazyeri, chefe do estado maior das forças iranianas disse no
último dia 09 (quarta-feira) que : “o Irã, em caso de ataque às
suas instalações militares, “destruirá” Israel”. Não parece
que estava blefando, vontade, disposição e planejamento para isso
eles têm de sobra, talvez só precisem de um motivo, e os políticos
israelenses estão “empenhados” em dar este motivo.
Algo que
preocupa bastante é que o alcance da vingança do Irã e de seus
aliados radicais, não nos esqueçamos que a morte para eles não é
assustadora, seria exponenciado, “não se limitará ao Oriente
Médio”. Isso se deve ao fato de que eles, as autoridades iranianas
e seus aliados espalhados pelos quatro cantos da terra, sabem que
Israel não teria condições de agir sozinho numa empreitada deste
porte, estaria agindo em sintonia com os Estados Unidos, ainda que
nenhum avião americano fosse visto sobrevoando Teerã. Ainda que não
se torne explicito nem público, não é preciso ser especialista em
Oriente Médio para deduzir que Barack Obama, como todos presidentes
norte-americanos desde a criação em 1948 de Israel, vai dar apoio
incondicional a qualquer ação que Israel decida tomar.
Até
mesmo, e isso é assustador, o presidente Shimon Peres, por muito
tempo considerado um governante sóbrio e um político que já
demonstrou muita eficiência em gerir crises, no último domingo 06
declarou: “A possibilidade de um ataque militar contra o Irã está
mais próxima do que uma opção diplomática”. Se os mais sensatos
pensam assim, o que diremos dos menos dotados de sobriedade?
Esta
histeria e onda de irracionalidade não é privilégio da classes dos
políticos, ela já se estendeu ao povo. Mesmo sabendo que um ataque
ao Irã é o estopim que deflagaria um conflito global de proporções
inimagináveis, ainda assim a população em sua maioria apoia o que
os políticos estão se preparando para fazer, o contágio é geral,
o caos está às portas.
Um
cientista político de origem iraniana, Hesam Houryaband, tem uma
visão diferente dos pronunciamentos recentes de Teerã sobre essa
provável invasão israelense: “o discurso de Ahmadinejad de
destruir Israel não reflete a política exterior do país”.
Segundo este cientista a única razão para que o Irã insista no
programa nuclear é que ele “quer armas nucleares para proteger seu
regime”. Por um pequeno e forte motivo: A invasão do Iraque, da
Líbia e de outros tantos que a OTAN não titubeou em invadir. Será
que o regime dos aiatolás vai ficar sentado esperando ser o próximo
da lista? Claro que não, todos sabem que ninguém hoje ousaria
atacar a Coréia do Norte, por mais que tenha escaramuças com a
Coréia do Sul e infrinja os direitos humanos, e o Paquistão, ainda
que seja um dos maiores baluartes e abrigo para terroristas de origem
islâmica, por conta dos avançados programas nucleares que eles têm.
O que eu
espero é que Israel descubra os ensinos de Jesus e procure a todo
custo a paz, porém dos EUA eu espero que redescubram os ensinos de
Jesus, pois parecem que esqueceram.
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