Grazie Signore!


Por todas as vezes que me colocaste em Teus braços,
Enquanto eu, que só via Tua sombra no chão, pensando que era a minha, chorei de desamparo,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que sentaste na sarjeta ao meu lado e choraste comigo,
Enquanto eu, que sentia uma dor tão grande, não podia Te sentir tão junto a mim,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que me concedeste honra em dobro,
Enquanto eu só conseguia olhar para os meus dias de opróbrio e vergonha,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que deste um baile em minha homenagem,
Enquanto eu estava imergido num lamento diuturno, no pó e na cinza,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que a Tua sabedoria me fez seguir por caminhos inextrincáveis,
Enquanto eu na minha “razão humana” amaldiçoava tanta falta de sorte,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que lançaste tempestades para desviar o meu barco de rotas de morte,
Enquanto eu segurando com forças no timão, teimava em ir em frente,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que me concedeste infinitamente mais do que eu seria capaz de pensar e pedir,
Enquanto eu, qual Ruller de Flannery O'Connor só enxergava o que havia perdido,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que entrastes no campo de batalha para me resgatar do perigo,
Enquanto eu, agarrado ao fuzil enferrujado, sentia medo dos estampidos e explosões
Grazie Signore!
Por todas as vezes que enviaste Ruach para me envolver com Teu inefável amor,
Enquanto eu, imerso num vazio imenso, amaldiçoava a solidão que sentia,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que Tuas mãos curadoras tocaram minhas feridas purulentas,
Enquanto eu olhava apenas para aqueles que me desprezavam qual leproso,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que traçastes planos indizíveis e inefáveis para mim,
Enquanto eu me lamuriava por meus sonhos despedaçados,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que enviaste borrasca e a procela em seu furor, para me levar a um porto seguro,
Enquanto eu teimava em abrir as velas e velejar em mares abertos e perigosos,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que me concedeste o melhor para mim,
Enquanto eu, qual menino mimado e ingrato, me amuava e lamentava a má sorte!
Grazie Signore!
Por todas as lágrimas derramadas e gemidos inexprimíveis que Ruach teve em meu lugar,
Enquanto eu, perdido num vendaval de emoções, não conseguia nem pedir socorro,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que encheste minha vida de significado e propósito,
Enquanto eu, que tenho um vazio eterno, me sentia sem rumo e perdido,
Grazie Signore!
Por todas as vezes que vieste em meu socorro nas madrugadas frias e solitárias,
Quando eu mesmo sequer pensava em pedir Tua ajuda!
Grazie Signore!
Por todas as vezes que te alegraste com as minhas imperfeitas manifestações de gratidão,
Quando eu sequer emiti qualquer som de agradecimento,
Grazie Signore, grazie!

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